Serviço Social

Campus Toledo

Histórico do Curso


Autorização de Funcionamento do curso: Decreto Federal 93.593/86.
Reconhecimento do curso: Portaria Ministerial 674/91.
Estrutura Curricular pela Resolução nº 156/2003 CEPE
Fundado em: 1987
Alunos já formados (1990 - 2007): 511
Campos de estágios: 35
Projetos de extensão: 8
Professores efetivos: 16
Professores temporários: 4
Alunos em 2007: 158
Acervo Bibliográfico: 

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A história da criação do Curso de Serviço Social na UNIOESTE - Campus de Toledo, deu-se articulada ao movimento de constituição e de consolidação do ensino público superior, através da proposição de uma universidade regional multi-campi, na região oeste do Paraná.

Num contexto marcado pela luta da comunidade regional para suprir a necessidade de recursos humanos especializados através da formação de profissionais de nível superior numa universidade pública que tivesse como base as faculdades oestinas existentes, a Faculdade de Ciências Humanas "Arnaldo Busato" - FACITOL propôs ampliar o número de cursos ofertados. Dentre as possibilidades de escolha, optou-se pelos cursos de Serviço Social e Secretariado Executivo Bilíngüe, ambos classificados pelas agências de pesquisa - CNPq e CAPES, no âmbito das ciências sociais aplicadas.

O país vivenciava a abertura política vinda com a Nova República, num clima de mobilização nacional e engajamento nos planos econômicos. O slogan ?Tudo pelo social? do governo José Sarney colocava em pauta o resgate da dívida social do governo e elite brasileira para com a maioria da população.

Na esfera, o Governo José Richa caracterizou-se pela ênfase dada na descentralização da administração pública e pelo incentivo à população, através de organizações comunitárias, para a solução dos problemas sociais enfrentados pelos paranaenses.

O Governo Municipal, gestão 1982/1988, tinha o slogan "Comunidade no poder" desenvolvendo ações de organização da comunidade local em associações para a efetivação da participação popular. Visando implementar respostas às expressões da "questão social" no município, foram criadas indústrias comunitárias, incentivadas pela administração pública. Tais experiências marcaram os munícipes e ao mesmo tempo expressaram o engajamento na busca de repostas para as determinações impostas ao poder local pelo modo de produção capitalista.

Este ambiente estimulou a criação do curso de Serviço Social na cidade de Toledo caracterizando-se como uma possibilidade de resposta concreta de profissionais habilitados para intervir nas diferentes expressões da "questão social" não apenas na esfera local, mas também regional, estadual, nacional e internacional. Outro aspecto que o particularizava, nesse momento, era o baixo custo de investimentos para sua implantação. Historicamente os cursos da chamada área de Ciências Sociais Aplicadas possuem um status diferenciado frente às demais áreas do conhecimento e posição de subalternidade na divisão sócio - técnica do trabalho advinda de uma cultura que fragmenta o conhecimento e valoriza a razão instrumental.

A proposta de criação do curso de Serviço Social nasceu no interior da então Faculdade de Ciências Humanas "Arnaldo Busato" - FACITOL, cuja natureza era de uma entidade de direito público municipal, mantida pela Fundação Municipal de Ensino Superior de Toledo (FUMEST), criada pela Lei Municipal nº989/80, de 23 de janeiro de 1980. A FUMEST era mantida com recursos do município de Toledo, com as contribuições de alunos e terceiros, com auxílios, subvenções e com outras fontes definidas em seu Estatuto.

Para viabilizar o processo de autorização do curso, diversas providências foram encaminhadas pela Facitol, com o apoio de personalidades políticas e autoridades da região.

O curso de Serviço Social da UNIOESTE - Campus de Toledo recebeu a autorização para o funcionamento, expedida pelo Conselho Estadual de Educação - CEE do Paraná no dia 05 de setembro de 1986, através do Parecer nº 320/86. Esse processo de autorização foi encaminhado para o governo federal e no dia 18 de novembro de 1986 o Presidente da República José Sarney emitiu o Decreto nº 93.539/86, regulamentando o funcionamento do curso.

O Curso de Serviço Social iniciou suas atividades acadêmicas e curriculares no mês de fevereiro de 1987 com o ingresso e matrícula de 50 (cinqüenta) acadêmicos por vestibular, realizado em janeiro do mesmo ano.

O primeiro currículo pleno construído no processo de autorização do curso estava em conformidade com o currículo mínimo nacional do curso de Serviço Social, aprovado pelo Parecer nº 412/82 de 05 de agosto de 1982, pelo Conselho Federal de Educação - CFE, tendo uma carga horária total de 3.240 horas em regime semestral no período matutino.

Em sua fase inicial o curso encontrou uma série de dificuldades para sua operacionalização principalmente devido à insuficiência de corpo docente e a ausência de um projeto coletivamente construído que orientasse a formação profissional. Além destes aspectos, vivenciava-se o processo de constituição da universidade.

É importante observar que, antes da instalação do curso de Serviço Social, a região já contava com a organização e o exercício profissional de alguns Assistentes Sociais. No entanto, o movimento para a criação do curso não envolveu e nem contou com a adesão desses profissionais. Muitos souberam da notícia pelos meios de comunicação e, a princípio, tiveram uma posição contrária. Este fato repercutiu no início do curso, com o distanciamento da categoria profissional, o que exigiu da unidade de ensino a efetivação de um processo de aproximação que proporcionasse um debate teórico-prático e a abertura de campos de estágio. No primeiro semestre de funcionamento, havia apenas uma Assistente Social como docente, a Professora Marli Renate von Borstel Roesler, contratada em regime integral com a responsabilidade de coordenar o curso. No segundo semestre de 1987 foi contratada a Assistente Social Maria do Carmo Aparecida de Oliveira Schroeder. Em 1988 houve a contratação de mais duas profissionais, Gláucia Celestino e Denise Liell. Estas atuavam na região e participaram dos primeiros momentos de instalação do curso.

Segundo ROESLER (1994, p. 49), desde o início do curso da Facitol em 1987, o mesmo sempre contou com acadêmicos residentes nos municípios de Toledo e região como Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Palotina, Tupãssi, Assis Chateaubriand, Nova Santa Rosa, Maripá, Pérola do Oeste, Santa Helena, Medianeira, Missal entre outros, exigindo de alguns a opção de deslocamento e retorno diário à cidade de origem. No ano de 1989 iniciaram-se os estágios supervisionados demandando campos de estágio para todos os alunos com o acompanhamento direto de um Assistente Social e de professores supervisores. O processo de encaminhamento dos acadêmicos aos campos de estágio desencadeou o primeiro ato de sensibilização do curso em torno das necessidades de recursos humanos internos (supervisores acadêmicos) e externos (supervisores de campo). Os alunos da primeira turma, com o apoio dos demais (segunda e terceira turma), realizaram uma paralisação entre os dias 14 e 18 de abril de 1989, reivindicando, através de um documento, a contratação de mais docentes e a necessidade de se definir o perfil do curso. Frente a isto, os docentes elaboraram um documento no dia 20 de abril, respondendo às solicitações dos acadêmicos. Este fato marcou e definiu o traço de identidade do curso, ou seja, a luta e o engajamento para a melhoria da qualidade de ensino e da formação profissional.

Nesse ano foram contratados os professores Suely Regina Firman Ruiz, Antonita Macchioni e Alfredo Aparecido Batista e, em 1990 a primeira professora com título de Mestre em Serviço Social, a Assistente Social Izabel Cristina Dias Lira. É importante destacar que a chegada de novos professores nem sempre correspondeu à ampliação do quadro docente. Desde o início, o curso enfrentou uma grande rotatividade e dificuldade para estabilização do quadro docente devido aos contratos temporários, nível salarial, a relação entre a abertura de concurso e tipo de exigência de qualificação do candidato, além da distância dos centros de excelência da área.

O processo de discussão interna da estruturação do curso acompanhou o processo de reestruturação dos cursos da Facitol com a implantação, em 1990, do Regime Seriado Anual. Nessa oportunidade o curso efetuou uma reorganização de seu currículo pleno, porém ainda seguindo as determinações do currículo mínimo do curso aprovado em 1982 pelo Conselho Federal de Educação. Ao nível nacional, a gestão 1987/89 da Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social - ABESS, responsável pela política nacional da formação profissional do Assistente Social, desenvolveu um processo de avaliação da formação profissional do novo currículo, cujo relatório foi apresentado na XXVII Convenção Nacional da ABESS realizada em Florianópolis em 1989. O curso de Serviço Social da Unioeste teve contato com esta pesquisa respondendo seus questionamentos e filiando-se a esta Associação como Unidade de Ensino - membro. A partir de então, a Unidade de Ensino começou a participar dos encontros, oficinas, convenções e assembléias regionais e nacionais da ABESS com o fim de estar em sintonia com a discussão e a política para a formação profissional do Assistente Social no país.

No mesmo ano, ocorreu a organização dos acadêmicos do curso através da fundação do Centro Acadêmico de Serviço Social - CASS. Com espaço de organização próprio, os alunos construíram a representação dos seus interesses, participando como representantes no antigo Departamento e no Colegiado do Curso, bem como em eventos do movimento estudantil em nível regional e nacional.

Aproximando-se a conclusão da primeira turma, o curso necessitava de seu reconhecimento para que o exercício profissional de seus formandos fosse legítimo. No ano de 1990, a instituição recebeu a equipe do Conselho Estadual de Educação para emitir o parecer, que foi favorável, ao reconhecimento do curso de graduação em Serviço Social. A visita de perícia foi realizada pelo Conselheiro Prof. Ubaldo Martini Puppi, relator do parecer de nº 282/90, de 07 de dezembro de 1990, e a Assistente Social Professora Maria Bernadete Martins Pinto Rodrigo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Em 13 de maio de 1991, o Diário Oficial da União publicou a Portaria nº 674 de 9 de maio de 1991, que reconhecia o curso de Serviço Social, emitida pelo Ministro da Educação Carlos Chiarelli. (RESOLUÇÃO 156/2003, p. 3-5)